quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Juventude da Promessa!




           
Baile Black & White, Estaca Gravataí, em 10/09/11


Todos os dias, a mídia traz até nós uma triste realidade no que concerne as escolhas de diversão de nossa juventude. São casos de jovens envolvidos com drogas, festas rave  onde tudo é permitido a despeito das conseqüências, brigas de torcidas, jovens alcoolizados que depois da balada se envolvem em sérios acidentes de trânsito, abreviando sua própria vida ou, o que é pior, a vida de humildes trabalhadores que naquele horário estão nas paradas de ônibus, em sua luta diária por um pouco de dignidade para sua família. A lista segue, e é imensa, de atrocidades disfarçadas de diversão; escolhas de uma juventude confusa em seus padrões e irresponsável em seus atos.

 Porém, isso não me intimida. Entristece-me certamente, mas não me faz temer o futuro. Porque conheço e convivo com um outro grupo, que se diverte também, mas com padrões elevados de conduta. Esses bons rapazes e moças me dão motivos para crer que o mundo não está perdido, que não caminha para seu próprio fim, pois enquanto alguns se divertem ceifando vidas, estes brilham desenvolvendo seus talentos em atividades salutares e genuinamente divertidas.

 Refiro-me aos jovens de A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias. Num primeiro momento, pode parecer estranho a alguns associar a palavra diversão à religião, contudo afirmo que isso é possível. Fazemos isso em nossa prática religiosa, acreditando que diversões sadias não ofendem ao Senhor, mas são necessárias para a boa formação de nossos jovens. Cantamos, dançamos, realizamos bailes, atividades esportivas, conferências, acampamentos, numa grande variedade de atividades de modo a envolver nossos jovens e satisfazer sua necessidade de interação social. Eles, inclusive, participam diretamente do processo de organização de eventos, sob nossa supervisão, pois acreditamos que dessa maneira desenvolvem desde cedo características de liderança, em especial aprendem o valor do comprometimento e da responsabilidade individual para se alcançar a unidade e o sucesso como grupo.

Tive um maravilhoso exemplo disso no último sábado, fato inclusive que inspirou este texto. Atuo como Primeira Conselheira na Organização das Moças, composta por uma presidente, duas conselheiras e uma secretária. Somos responsáveis pelo cumprimento de um programa sério, que envolve o ensino do evangelho e a organização de eventos que promovam o desenvolvimento de nossos jovens. Atuamos em âmbito de Estaca, ou seja, lideramos 7 unidades, também organizadas com sua liderança local seguindo o mesmo modelo da Estaca com sua presidência. Nossa responsabilidade recai sobre jovens de 12 a 18 anos incompletos. A mesma organização existente para as moças existe para os rapazes, e dentre os próprios jovens há um representante feminino e um masculino de cada unidade, o que compõe o que chamamos de Comitê de Juventude da Estaca. É com esse grupo diretamente que trabalhamos e com o qual vivi experiência marcante na última semana.

Após reunião determinando o tema do evento a ser organizado, nossos jovens colocaram mãos a obra. Tinham a missão de promover um baile. Desejaram, para abrilhantar a atividade, apresentar uma dança de abertura e então, com total comprometimento, agendaram ensaios e prepararam coreografia. Isso fortaleceu nos jovens a unidade, pois aprenderam a trabalhar em equipe, selecionando as melhores ideias de acordo com a ocasião, motivando e animando uns aos outros. No sábado, dia do evento, estavam todos presentes com a devida antecedência para cuidar da decoração. Fizeram excelente trabalho de divulgação. E em tudo reconheceram nossa autoridade como líderes, mantendo-nos informados de suas decisões, acatando nossa aprovação ou não para suas iniciativas.

Importante salientar que não temos um clero remunerado. Nosso serviço na igreja é voluntário, embora sejamos designados para uma responsabilidade específica conforme inspiração de nossos líderes. Nossa motivação, portanto, não é financeira. Acreditamos em uma religião prática, que vai além dos ritos de adoração, orientando nossa vida de acordo com princípios e padrões elevados. Vivemos também uma lei de saúde, da qual o álcool definitivamente não faz parte. Do mesmo modo, não há comercialização de qualquer tipo durante nossos eventos, havendo eventualmente lanche saudável distribuído como gentileza aos participantes.

Nesses termos, aconteceu o baile. A abertura foi feita pelos jovens do Comitê de Juventude da Estaca no salão cultural de nossa igreja, após breve momento espiritual. Sua dança foi executada com habilidade. Mas penso que não foram os passos bem ensaiados que garantiram o sucesso da noite, e sim a unidade daquele grupo que se refletiu sobre todos os presentes. Podíamos sentir seu ânimo, sua alegria por estarem ali, dando vida ao evento. Concluíram sua coreografia levando tantos quantos desejaram para a pista, para dançarem com eles. Assim foi concluída a parte ensaiada da noite, mas a melhor parte ainda estava por vir, e essa não foi planejada, simplesmente aconteceu: como se ninguém conseguisse ficar parado, a pista foi sendo preenchida por muitas pessoas dançando a mesma coreografia. A música mudava, vinha nova coreografia, e o grande grupo só aumentava, todos unidos numa mesma dança, e numa perfeita forma de diversão. 

 Foi algo maravilhoso de se ver e que, sinceramente, me fez lembrar do show do Black Eyed Peas, ao vivo, no encerramento do programa programa da Oprah Winfrey, em Chicago, quando uma jovem começou sozinha uma coreografia e logo havia uma multidão fazendo a mesma dança, para surpresa absoluta de Oprah! A diferença numérica é lógica, nosso grupo era bem menor. Mas levamos vantagem em outro quesito: não ensaiamos as coreografias seguintes, elas simplesmente aconteceram, embaladas pela alegria da festa!

 Terminada a atividade, antes da meia-noite, ninguém deixou o local sem auxiliar de livre e espontânea vontade na limpeza do salão cultural. A sensação era de que todos queriam prolongar aquele bom momento. Nossos jovens deixaram o local na companhia dos pais e líderes, que estiveram presentes e participaram ativamente da festa o tempo todo. Não tinham de que se envergonhar, não precisavam se esconder para viver seus momentos de diversão. Podiam fazê-lo na presença de seus pais, certamente. Voltaram seguros para seus lares, sóbrios, garantindo também a segurança de outros com quem se depararam no trânsito. Levavam nos lábios o sorriso de quem sabe como é fácil ser feliz sem a necessidade de álcool ou drogas. Foi de fato uma noite linda, memorável!

 Formam um grupo pequeno, considerando os muitos que nesse momento estavam recém saindo para as baladas. Mas como me orgulho desse pequeno grupo! Estive com eles, sei que sua diversão foi genuína, real, e não algo forjado por substâncias alucinógenas. A alegria que sentiram permanece com eles, e animará seus próximos eventos. São jovens que guiam ao invés de seguirem cegamente os ditames da moda. São jovens nos quais deposito minha confiança de um futuro brilhante, pois serão os líderes dos meus filhos na igreja, e não duvido de que serão homens e mulheres de grande influência social onde estiverem. Pois tomam sobre si a responsabilidade de ‘fazer acontecer’, e fazem-no com elevados padrões de conduta.

Para mim, essa é a juventude da promessa. E eu confio nela!

Suzy Rhoden

Gravataí, 14 de setembro de 2011

6 comentários:

  1. é de Jovens ASSIM que nossa socidade tem carência....e irão faze a diferença no futuro nela ou melhor já fazem...

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  2. Olá Suzy! Li suas primeiras e relevantes postagens e só me resta te dar parabéns por esse variado e interessante conteúdo do seu blog!

    Abraço, Bruno.

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  3. Suzy, como foi bom ler seu texto e perceber que nem tudo está perdido. Acredito piamente que a base religiosa atua fortemente na formação do caráter, uma forma de mostrar um caminho onde os jovens possam trilhar com segurança. Parabéns ao grupo e a você pela dedicação à esse maravilhoso trabalho.

    Beijos

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  4. Que coisa boa ver isso e poder acreditar que nem tudo é feio e ruim e que pode haver coisas boas a fazer sem encher a cara de álcool e drogas! Lindo! Belo exemplo!beijos,ótimo fds,chica

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  5. Oi, Suzy, como é bom saber que ainda existem estes grupos, esta diversão saudável. Impressionante como não se ouve mais falar disso! Claro, na proporção. A mídia dá notícia é da algazarra e do 'porre' que leva todos à desgraça. Sinceramente falando... detesto a palavra 'balada'. Esta palavrinha, em mim, fica como algo meio maluco, mostrando muito da irresponsabilidade dos jovens de hoje.

    Abraço sincero ao teu grupo. à jovens saudáveis.

    beijo, amiga.
    Tais Luso

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  6. Boa Primavera, Suzy!
    Acredito que seu texto seja de uma Dignidade Enorme, é corajoso, tem propostas e argumentos que, infelizmente, faltam nas escolas, sejam elas do governo ou particulares.
    Nesse caminho como professor é muito triste ver alunos conversando sobre drogas como se nada fosse nada, apenas um papo informal.
    E acredito também no que você diz quando "acreditando que diversões sadias não ofendem ao Senhor, mas são necessárias para a boa formação de nossos jovens."
    Sua narrativa é enriquecedora, quisera que todos os pais, alunos, dirigente pudessem lê-lo.
    Sei que o importante está sendo feito, professores conscientes do trabalho árduo e diário sem esmorecimento, tranzendo os alunos consigo com respeito, falando em tom de amizade e mostrando-se aberto para recebê-los com carinhos, porém que o professor não apenas seja o amiguinho legal, que ele seja justo e firme e suave.
    Belo Texto, Suzy
    Abraços e Flores,

    Sapatinhos da Dorothy

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