TAF Inspetor - Polícia Civil Homenagem a minha colega de concurso, Karen Micheletto Rodrigues, em destaque na parte central da imagem. |
Mal se
adivinha a primavera, graciosa e florida, e já estamos com os olhos fitos lá no
verão, decidindo a tonalidade do loiro no cabelo, fazendo matrícula na academia
e planejando quantos quilos eliminaremos para gozarmos mais plenamente –
segundo nossa visão anoréxica da vida –
dos dias de sol e calor. Não fujo à regra, exceto pela cor do cabelo. Mas já
tratei de voltar aos exercícios físicos. Em meu caso, não exatamente por
questões estéticas, mas por exigências de minha futura profissão. E
principalmente pelo prazer que encontro nessas atividades.
No princípio, não
foi assim. Embora adepta de caminhadas, esporadicamente a hidroginástica ou a
natação, não incluía de modo algum a corrida em minha lista de exercícios
aeróbicos. Mesmo na academia, optava pela bicicleta e passava bem longe das
esteiras. Em meus pensamentos, a corrida era apenas uma maneira chata de me
cansar bem rápido. E eu não gostava de
coisas chatas, muito menos de coisas cansativas, tediosas.
Até eu
inventar de fazer um concurso público. Aprovada, avancei para a segunda fase, e
dessa fui com excelência para a terceira: Teste de Aptidão Física. Dentre as
atividades, a corrida destacava-se como o divisor de águas, capaz de aprovar ou
reprovar um candidato. Não havia jeito, eu teria que encarar o tédio das
esteiras.
Mas não por
muito tempo! Achava o cúmulo correr no mesmo lugar, a despeito das explicações
dos profissionais na área, afirmando que isso era necessário para que eu
ganhasse resistência e condicionamento físico. Fui buscar esses atributos
correndo nas ruas, nos parques arborizados, nas areias da praia, e em todo tipo
de ambiente externo onde me encontrasse. Assim ganhava resistência, e em dias
planejados impunha a velocidade necessária, dentro do tempo requerido pelo
certame, nas pistas de corrida da Universidade Federal de Santa Maria. Exatamente
assim nasceu em mim a versão feminina do inesquecível Forrest Gump: tornei-me uma apaixonada por corridas, e quanto mais
corria mais queria correr!
Preciso dar os
créditos ao meu brilhante Personal Trainer, que na qualidade de Assistente
Social desempenhou muito bem seu papel
de treinador. Antes que alguém veja aqui ironia e desmereça o rapaz, repito que
ele foi brilhante, incrível, o que justifica sua capacidade de atuação com
sucesso em distintas áreas de formação. Sendo esse, inclusive, nosso ponto
comum: sede de conhecimento em áreas opostas, fazendo com que, de tempos em
tempos, mudemos completamente o rumo profissional de nossas vidas.
Viciei
completamente na corrida. Descobri nessa habilidade o que chamo de ‘tesouro
oculto’, pois é algo que eu não teria experimentado a não ser que existisse um
motivo de ‘força maior’ para fazê-lo – um teste de aptidão física, por exemplo.
Não imaginava que meu corpo, após três gestações e longos anos sedentários,
estivesse tão preparado para a atividade física. A confirmação de meu
condicionamento veio em consultório médico, durante teste ergométrico. Enquanto
corria em aclive – e dessa vez não deu para fugir do tédio da esteira! –,
percebia as expressões de surpresa do médico e de sua assistente, como se algo
estivesse errado. Seria algum problema cardiovascular?! Não tinha tempo para
perguntar, pois de 5 em 5 minutos a velocidade da esteira aumentava, e minha energia
incrivelmente também!
Terminado o
teste, o cardiologista desejou saber há quanto tempo sou maratonista. Eu ri da
piada, pega de surpresa. Ele não, queria mesmo uma resposta! Disse que ‘desde
nunca’, ao que ele replicou com nova pergunta: mas corria na escola, era da equipe
de atletismo da universidade, praticou durante muitos anos algum esporte ou
atividade aeróbica significativa? Diante de tantas negativas, ele só fez
mencionar a palavra ‘impressionante’, realmente impressionado. E me informou,
com seu laudo, que praticamente não houve alteração em meu batimento cardíaco e
pressão arterial, como se meu corpo não sofresse com aquele esforço físico.
Impressionada fiquei eu: quantas São Silvestres perdidas nesta vida!
O resultado do
bom condicionamento veio no teste de aptidão física. Aprovada com nota máxima
em todos eles, exceto no dinamômetro onde perdi um único ponto. A corrida foi a
última prova, e também minha consagração. Corríamos em grupos de aproximadamente 35 pessoas, mas não
competíamos entre nós, bastava que cada um cumprisse a distância mínima para ser considerado apto. Do contrário,
eu teria garantido a medalha de ouro: voei na pista! Corri muito além da distância
máxima feminina, alcancei a mínima masculina, e fui adiante. Completei tantas
voltas quantas me propus e ainda me permiti andar nos últimos segundos de
prova, até ser zerado o cronômetro. Inexplicavelmente doce o sabor da vitória, mas único e sem qualquer
descrição o sabor de missão cumprida! Experimentei ambos nesse dia.
Então chegou o
inverno gaúcho. A maratonista recolheu-se ao aconchego de seus aposentos e no
que se refere a atividades físicas hibernou. Seria um retorno ao temido e
devastador sedentarismo?! De jeito nenhum! Nada além das férias de inverno,
necessárias para o corpo descansar. Voltei na semana passada aos treinos, mas
amadora que ainda sou escolhi justamente a sexta-feira para correr! Foi
perfeito, corri muito, como nos bons tempos do verão. Mas garanti a tortura
sobre o salto no fim de semana e, segundo meu Assistente Social, digo, meu
Personal Trainer, tenho ainda alguns dias de músculos doloridos pela frente.
Espero não me
deparar, depois desta narrativa pessoal, com argumentos inconsistentes do tipo ‘detesto
correr’. O sedentarismo definitivamente não se justifica. Não existem
argumentos válidos. E se ainda assim faltar para alguns uma motivação extra
para experimentar a corrida, sugiro concursos na área policial. Nunca se sabe
exatamente onde que nosso ‘tesouro oculto’ de habilidades está escondido... Melhor
ficarmos atentos a cada oportunidade!
Suzy
Rhoden
Gravataí,
06 de setembro de 2011
Isso é ótimo e eu precisaria retomar, porém meus ossos não estão permitindo!rsr...
ResponderExcluirParabéns e continua assim.Faz uma enorme diferença! beijos,tudo de bom,chica
Bom deu até vontade de fazer educação fisica de novo , mas me formarei como assistente social depois volterei para educação Física... mas um treinador sem um aluno esforçado e dedicado não é ninguém os créditos são todos teus....
ResponderExcluirSuzy, toda atividade física, desde que realizada com prazer, é altamente benéfica. Admiro quem pratica a corrida, no entanto, sou adepta a caminhada diária. Costumo dizer que saio mesmo é para passear, ando num ritmo normal e aproveito para apreciar as cores, odores e volto sempre melhor para casa.
ResponderExcluirParabéns pelo seu afinco e disposição, continue firme!
Beijos
Chica,
ResponderExcluirTemos que andar em nosso ritmo, não é? Para alguns a corrida, para outros a caminhada, ou ainda os esportes... o importante é encontrarmos uma atividade que nos dê prazer e saúde. E claro que precisamos da permissão de nossos ossos... rsrsrs
Beijo!
Rafael,
ResponderExcluirVocê sabe que foi fundamental para minha conquista, e não somente minha, mas também da colega que você treinou! Somos suas fãs assumidas! rsrsrs
Mas segue firme em seu caminho de Assistente Social, pois pessoas com tua personalidade se destacam onde estiverem.
Um super obrigada por tua grande contribuição!
Abraço.
Néia,
ResponderExcluirConcordo integralmente com você, as atividades físicas são sempre benéficas - tanto para o corpo, quanto para a mente.
Escrevi em defesa da corrida justamente devido a minha experiência pessoal: antes resistente em relação à atividade, agora apaixonada. Penso que muito agem como eu no passado, afirmam que não gostam sem nunca terem praticado.
O que importa mesmo é encontrarmos algo que nos faça bem, que nos acrescente alegria e prazer - como as suas caminhadas, sempre renovadoras para a alma!
Obrigada por estar sempre por aqui, um beijão!
Cheguei no seu blog por Leila,já me aportei,pq gostei ...vc é maravilhosa...sua atenção com seus amigos me chamou atenção...
ResponderExcluirConvido a visitar meu cantinho,se gostares deixa teu rastro para eu saber que passastes por lá.
bjsssssssssssssss
Oieee!!!
ResponderExcluirEstou aqui para te convidar a fazer parte do clube dos novos autores, concorrendo a sorteios de livros todos os meses, desses meninos talentosos que estão no anonimato e precisam de nós para mostrar ao mundo a sua escrita!
Siga o blog, comente - eu quero participar da promoção, e divida conosco este sonho, que agora é nosso!
Um super beijo e te espero lá!
Adriana
kkkkkkkk, menina, estou com uma esteira profissional aqui do meu lado e temos uma discussão diária! Ela me chama, me dá todos os argumentos possíveis e não caminho nela, quanto mais correr! E isso que fui atleta quando solteira. Mas já pensei em fazer as pazes com a coitada, afinal ela só quer o meu bem. E esse seu empurrão, junto com os do meu marido, deverá alterar minha preguiça...
ResponderExcluirValeu, amiga, acho que saio daqui um pouco animada... Depois te conto.
beijos!
Tais,
ResponderExcluirDesculpa, querida, mas estou torcendo para tua esteira nessa batalha diária! kkkk
É para o seu bem!
Que interessante saber que você foi atleta quando solteira, eu tinha tanto horror a correr que nunca quis experimentar! Depois de casada e cheia de filhos, olha eu aqui, correndo! rsrsrs
Mas não me considero uma atleta, bem longe disso... apenas pratico corrida como uma atividade revigorante, saudável e divertida, mas longe das competições.
Adoro teus comentários, sempre!!!
Beijos!
Olá, Suzy!
ResponderExcluirVi o seu Blog e achei uma graça com textos incríveis. Já sou seguidora.
Convido você a conhecer Sapatinhos da Dorothy, se gostar me siga também para trocarmos ideias.
Abraço,
Sandra
Sapatinhos da Dorothy
Oi, Suzy, Amiga Querida...já estou chamando-a assim. Tem muito de você em mim. Gosto de ser gentil com as pessoas, porém justa...rs
ResponderExcluirVocê fez Letras, que ótimo!, fico feliz pelos seus comentários ricos, gostei muito dos "22 anos" rs, família realmente é tudo de bom.
Suzy, tenha certeza que meus amigos dos blos, os visito sempre, acredito em um compromisso de amizade e também de aprendizado com outras pessoas, meu crescimento pessoal.
Um grande beijo, querida
E amamos literatura!
Sandra,
Sandra,
ResponderExcluirJá falei lá no seu espaço o quanto gostei de seus 'Sapatinhos da Dorothy', realmente um blog encantador!
Agradeço o carinho de tuas visitas aqui e quero deixá-la à vontade para voltar sempre e assim irmos trocando ideias, pontos de vista.
Beijos.
Oi, Suzy...
ResponderExcluirVocê é um Amor de pessoa...e com certeza Mãe Maravilhosa...é verdade que muitas vezes somos as vilãs...heheheh, para que tudo saia como o proposto, filhos amados, de boa índole, de bom coração e que sejam firmes para a vida...
Querida, que alegria encontrar Você!
Um beijo carinhoso,
Olá!!
ResponderExcluirDescobri a poucos meses que tenho daop. Tratamento caminhadas.. rs
Bom para alguém que levava uma vida absolutamente sedentária esta ai uma mudança e tanto.
No começo por me sentir obrigado fazia por obrigação e obviamente não era bom. Agora não- hoje é gostoso caminhar!
Um beijo enorme e é isso saúde!
Espero por vc no Alma!
Suzy, querida amiga!
ResponderExcluirObrigada pelo seu último comentário, eu adorei!
Como vc deve ter notado, estou um pouco afastada da blogosfera, e dentre os meus motivos está aquele que vc citou no teu comentário... Sim, ando meio decepcionada, mas nem tudo é perfeito, não é mesmo?
Hoje abri uma exceção para vir aqui te agradecer e te deixar um beijo de solidariedade. Não pretendo abandonar de vez a blogosfera, existem amigos queridos que já fazem parte da minha vida. Só estou indo mais devagar, postando pouco e visitando pouco. Voltarei com a mesma freqüência de antes, mas vou reformular, ser mais seletiva naquela proposta do ‘menos é mais’...
Bjo gde, minha amiga, bom findi!
Sueli Gallacci
Olá Szy,
ResponderExcluirVim agradecer a visita e conhecer o seu espaço.
Coincidência?! Eu também corro! Ainda não estive no Sul pra correr, mas, quem sabe?
Adorei o seu estilo textual! Muito bom!
Parabéns pela capacidade de perseverar!
Abraços