Baile Black & White, Estaca Gravataí, em 10/09/11 |
Todos os dias, a mídia traz até nós
uma triste realidade no que concerne as escolhas de diversão de nossa juventude.
São casos de jovens envolvidos com drogas, festas rave onde tudo é permitido a despeito das
conseqüências, brigas de torcidas, jovens alcoolizados que depois da balada se
envolvem em sérios acidentes de trânsito, abreviando sua própria vida ou, o que
é pior, a vida de humildes trabalhadores que naquele horário estão nas paradas
de ônibus, em sua luta diária por um pouco de dignidade para sua família. A
lista segue, e é imensa, de atrocidades disfarçadas de diversão; escolhas de
uma juventude confusa em seus padrões e irresponsável em seus atos.
Porém, isso não me intimida.
Entristece-me certamente, mas não me faz temer o futuro. Porque conheço e
convivo com um outro grupo, que se diverte também, mas com padrões elevados de
conduta. Esses bons rapazes e moças me dão motivos para crer que o mundo não
está perdido, que não caminha para seu próprio fim, pois enquanto alguns se
divertem ceifando vidas, estes brilham desenvolvendo seus talentos em
atividades salutares e genuinamente divertidas.
Refiro-me aos jovens de A Igreja de
Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias. Num primeiro momento, pode parecer
estranho a alguns associar a palavra diversão à religião, contudo afirmo que
isso é possível. Fazemos isso em nossa prática religiosa, acreditando que
diversões sadias não ofendem ao Senhor, mas são necessárias para a boa formação
de nossos jovens. Cantamos, dançamos, realizamos bailes, atividades esportivas,
conferências, acampamentos, numa grande variedade de atividades de modo a
envolver nossos jovens e satisfazer sua necessidade de interação social. Eles,
inclusive, participam diretamente do processo de organização de eventos, sob
nossa supervisão, pois acreditamos que dessa maneira desenvolvem desde cedo
características de liderança, em especial aprendem o valor do comprometimento e
da responsabilidade individual para se alcançar a unidade e o sucesso como
grupo.
Tive um maravilhoso exemplo disso no
último sábado, fato inclusive que inspirou este texto. Atuo como Primeira
Conselheira na Organização das Moças, composta por uma presidente, duas
conselheiras e uma secretária. Somos responsáveis pelo cumprimento de um
programa sério, que envolve o ensino do evangelho e a organização de eventos
que promovam o desenvolvimento de nossos jovens. Atuamos em âmbito de Estaca,
ou seja, lideramos 7 unidades, também organizadas com sua liderança local
seguindo o mesmo modelo da Estaca com sua presidência. Nossa responsabilidade
recai sobre jovens de 12 a 18 anos incompletos. A mesma organização existente
para as moças existe para os rapazes, e dentre os próprios jovens há um
representante feminino e um masculino de cada unidade, o que compõe o que
chamamos de Comitê de Juventude da Estaca. É com esse grupo diretamente que
trabalhamos e com o qual vivi experiência marcante na última semana.
Após reunião determinando o tema do
evento a ser organizado, nossos jovens colocaram mãos a obra. Tinham a missão
de promover um baile. Desejaram, para abrilhantar a atividade, apresentar uma
dança de abertura e então, com total comprometimento, agendaram ensaios e
prepararam coreografia. Isso fortaleceu nos jovens a unidade, pois aprenderam a
trabalhar em equipe, selecionando as melhores ideias de acordo com a ocasião,
motivando e animando uns aos outros. No sábado, dia do evento, estavam todos
presentes com a devida antecedência para cuidar da decoração. Fizeram excelente
trabalho de divulgação. E em tudo reconheceram nossa autoridade como líderes,
mantendo-nos informados de suas decisões, acatando nossa aprovação ou não para
suas iniciativas.
Importante salientar que não temos
um clero remunerado. Nosso serviço na igreja é voluntário, embora sejamos
designados para uma responsabilidade específica conforme inspiração de nossos
líderes. Nossa motivação, portanto, não é financeira. Acreditamos em uma
religião prática, que vai além dos ritos de adoração, orientando nossa vida de
acordo com princípios e padrões elevados. Vivemos também uma lei de saúde, da
qual o álcool definitivamente não faz parte. Do mesmo modo, não há
comercialização de qualquer tipo durante nossos eventos, havendo eventualmente
lanche saudável distribuído como gentileza aos participantes.
Nesses termos, aconteceu o baile. A
abertura foi feita pelos jovens do Comitê de Juventude da Estaca no salão
cultural de nossa igreja, após breve momento espiritual. Sua dança foi
executada com habilidade. Mas penso que não foram os passos bem ensaiados que
garantiram o sucesso da noite, e sim a unidade daquele grupo que se refletiu
sobre todos os presentes. Podíamos sentir seu ânimo, sua alegria por estarem
ali, dando vida ao evento. Concluíram sua coreografia levando tantos quantos
desejaram para a pista, para dançarem com eles. Assim foi concluída a parte
ensaiada da noite, mas a melhor parte ainda estava por vir, e essa não foi
planejada, simplesmente aconteceu: como se ninguém conseguisse ficar parado, a
pista foi sendo preenchida por muitas pessoas dançando a mesma coreografia. A
música mudava, vinha nova coreografia, e o grande grupo só aumentava, todos
unidos numa mesma dança, e numa perfeita forma de diversão.
Foi algo maravilhoso de se ver e
que, sinceramente, me fez lembrar do show do Black Eyed Peas, ao vivo, no
encerramento do programa programa da Oprah Winfrey, em Chicago, quando uma
jovem começou sozinha uma coreografia e logo havia uma multidão fazendo a mesma
dança, para surpresa absoluta de Oprah! A diferença numérica é lógica, nosso
grupo era bem menor. Mas levamos vantagem em outro quesito: não ensaiamos as
coreografias seguintes, elas simplesmente aconteceram, embaladas pela alegria
da festa!
Terminada a atividade, antes da
meia-noite, ninguém deixou o local sem auxiliar de livre e espontânea vontade
na limpeza do salão cultural. A sensação era de que todos queriam prolongar
aquele bom momento. Nossos jovens deixaram o local na companhia dos pais e
líderes, que estiveram presentes e participaram ativamente da festa o tempo
todo. Não tinham de que se envergonhar, não precisavam se esconder para viver
seus momentos de diversão. Podiam fazê-lo na presença de seus pais, certamente.
Voltaram seguros para seus lares, sóbrios, garantindo também a segurança de
outros com quem se depararam no trânsito. Levavam nos lábios o sorriso de quem
sabe como é fácil ser feliz sem a necessidade de álcool ou drogas. Foi de fato
uma noite linda, memorável!
Formam um grupo pequeno, considerando
os muitos que nesse momento estavam recém saindo para as baladas. Mas como me
orgulho desse pequeno grupo! Estive com eles, sei que sua diversão foi genuína,
real, e não algo forjado por substâncias alucinógenas. A alegria que sentiram
permanece com eles, e animará seus próximos eventos. São jovens que guiam ao
invés de seguirem cegamente os ditames da moda. São jovens nos quais deposito
minha confiança de um futuro brilhante, pois serão os líderes dos meus filhos na
igreja, e não duvido de que serão homens e mulheres de grande influência social
onde estiverem. Pois tomam sobre si a responsabilidade de ‘fazer acontecer’, e
fazem-no com elevados padrões de conduta.
Para mim, essa é a juventude da
promessa. E eu confio nela!
Suzy
Rhoden
Gravataí,
14 de setembro de 2011
é de Jovens ASSIM que nossa socidade tem carência....e irão faze a diferença no futuro nela ou melhor já fazem...
ResponderExcluirOlá Suzy! Li suas primeiras e relevantes postagens e só me resta te dar parabéns por esse variado e interessante conteúdo do seu blog!
ResponderExcluirAbraço, Bruno.
Suzy, como foi bom ler seu texto e perceber que nem tudo está perdido. Acredito piamente que a base religiosa atua fortemente na formação do caráter, uma forma de mostrar um caminho onde os jovens possam trilhar com segurança. Parabéns ao grupo e a você pela dedicação à esse maravilhoso trabalho.
ResponderExcluirBeijos
Que coisa boa ver isso e poder acreditar que nem tudo é feio e ruim e que pode haver coisas boas a fazer sem encher a cara de álcool e drogas! Lindo! Belo exemplo!beijos,ótimo fds,chica
ResponderExcluirOi, Suzy, como é bom saber que ainda existem estes grupos, esta diversão saudável. Impressionante como não se ouve mais falar disso! Claro, na proporção. A mídia dá notícia é da algazarra e do 'porre' que leva todos à desgraça. Sinceramente falando... detesto a palavra 'balada'. Esta palavrinha, em mim, fica como algo meio maluco, mostrando muito da irresponsabilidade dos jovens de hoje.
ResponderExcluirAbraço sincero ao teu grupo. à jovens saudáveis.
beijo, amiga.
Tais Luso
Boa Primavera, Suzy!
ResponderExcluirAcredito que seu texto seja de uma Dignidade Enorme, é corajoso, tem propostas e argumentos que, infelizmente, faltam nas escolas, sejam elas do governo ou particulares.
Nesse caminho como professor é muito triste ver alunos conversando sobre drogas como se nada fosse nada, apenas um papo informal.
E acredito também no que você diz quando "acreditando que diversões sadias não ofendem ao Senhor, mas são necessárias para a boa formação de nossos jovens."
Sua narrativa é enriquecedora, quisera que todos os pais, alunos, dirigente pudessem lê-lo.
Sei que o importante está sendo feito, professores conscientes do trabalho árduo e diário sem esmorecimento, tranzendo os alunos consigo com respeito, falando em tom de amizade e mostrando-se aberto para recebê-los com carinhos, porém que o professor não apenas seja o amiguinho legal, que ele seja justo e firme e suave.
Belo Texto, Suzy
Abraços e Flores,
Sapatinhos da Dorothy