Há alguns dias, eu conversava com uma
amiga que se prepara pra deixar o Brasil, rumo a terras estrangeiras. Não é uma
aventureira, vai aos Estados Unidos com propósito definido: estudar, adquirir
experiência, enriquecer o currículo. Mas, considerando sua condição de
solteira, não pude deixar de perguntar: e se você se apaixonar por um
americano? Trocaria definitivamente nossa terra e estabeleceria por lá um novo
lar?
A pergunta é incômoda, temos que admitir.
Estabelecer-se provisoriamente no
exterior é uma coisa; fazer da nova terra um lar, onde ter e criar filhos, é
outra história. Para algumas, esse é um “sonho de consumo”. Mas para muitas,
dedicadas à família como é o caso desta minha amiga, seria um enorme sacrifício
de um bem precioso em favor de outro.
Além do fator família, existe a questão
cultural. Somos povos diferentes, com hábitos diferentes, com anseios
diferentes. Carregamos uma tradição, alguns com mais orgulho, outros com mais
empáfia, mas fato é que temos uma identidade e isso é saudável e desejável. Como
conciliar, porém, no caso de um casamento entre pessoas de países distintos?
Confesso que eu tinha minhas inquietações
nesse sentido, até acompanhar a história bem-sucedida de Gabriela. Casada com
um norte-americano, minha amiga gaúcha reside há alguns anos no estado do
Arizona. A primeira missão foi ensinar um pouco de Português ao esposo,
inicialmente analfabeto em tudo que se refere ao nosso idioma. Posteriormente,
Gabi tornou-se mãe de uma linda menininha, o que aumentou seu fardo: como
oportunizar a filha o contato com a cultura brasileira, preservando as raízes e
tradições maternas?
Do meu ponto de vista, Gabriela tem feito
isso com excelência. Apesar da saudade de nossa terra e de nossos costumes,
conforme me confidencia nos emails, Gabi encontrou sua estratégia para vencer a
distância: está diretamente envolvida com a comunidade de brasileiros em
Tucson, levando nossa cultura aos Estados Unidos da forma mais plena possível!
Juntamente com outras brasileiras,
Gabriela organiza eventos comemorativos de acordo com nossas datas festivas
aqui no Brasil. Nesta semana, por exemplo, aconteceu a Festa do Dia das
Crianças, atividade da qual participaram ativamente adultos e pequenos,
americanos e brasileiros, brincando de ovo choco, passa anel, amarelinha,
pega-pega, bambolê, telefone sem fio, morto e vivo, e mais uma série de
brincadeiras típicas de nossa terra. Além disso, conforme programa da atividade, foi reservado momento
de leitura para a apresentação de folclore brasileiro.
Com todas essas possibilidades, tranquilizo
minha amiga, às vésperas da partida: pode se apaixonar à vontade, querida! Para
quem tem disposição e criatividade, não existem fronteiras linguísticas ou
culturais. Passou o tempo em que se falava em saudade da terra natal: hoje em
dia, com os recursos tecnológicos disponíveis, é muito fácil levar nosso legado
na mala.
Parabéns para Gabriela e suas amigas que,
ao invés de lamentarem as ausências, transformam a distância em presença!
Suzy Rhoden
Que lindo alento à tua amiga que segue atrás de seu sonho , para terras estrangeiras.
ResponderExcluirLindo exemplo da Gabriela que consegue manter-se lá, não esquecendo daqui e ainda ensinando.
Muito bom! Sorte pra ela e que se apaixone, se for pra se apaixonar, tudo dá certo...O amor supera tudo! beijos às duas.chica
Suzy, acredito que o desejo de ir é o fator de maior peso para que uma pessoa se acostume em terras estrangeiras. Porém, a saudade deve doer por melhor que seja a vida por lá.
ResponderExcluirSorte para a sua amiga!
Beijos
Olá Suzy :)
ResponderExcluirAchei lindo o post,e o comentário da Tais Luso,é perfeito.
Viver em terras estrangeiras pode ser maravilhoso para uns,mas desgostoso pra outros.
Conheço pessoas (inclusive da minha família),que já viveram os dois extremos.
Mas,de qualquer maneira,é uma experiência única...
Gostei da história da Gabriela.E tomara que sua amiga que está prestes a ir embora daqui,seja feliz por lá e aproveite as oportunidades.
Bjs \o/
Oi, Suzy!
ResponderExcluirÉ, amiga, contudo, com todas as carências do nosso país, conheço muitas pessoas, e tenho visto em documentários que a saudade bate. Somos um povo emotivo, talvez pela mistura que temos: somos alegres, tristes, sensíveis, brincalhões, tudo ao extremo, mas acima de tudo amamos nossa pátria apesar de toda a violência e carência que existe aqui. Eu até não gostaria, meu sonho seria em viver num lugar calmo, seguro e que me desce condições de criar meus filhos e viver com minha família sem perigos. Esse lado é muito importante.
Porém, e em todos os lugares as pessoas de nacionalidades diferentes se juntam, criam clubes, CTGs, bairros etc, isso pra amenizar a tal saudade. A coisa complica um pouco quando se casa com um estrangeiro e os filhos nascem no exterior. Claro que fica difícil a volta. Mas se está tudo bem, é bola pra frente. Saudades, como tudo, se administra.
É lógico que passados alguns anos a ideia sempre é de 'voltar'. Lá fora, pintamos nosso país com outras cores, a saudade tem essa característica. O mesmo que fazemos em relação ao exterior: parece que lá tudo funciona maravilhosamente. E não é assim. Adoro assistir programas que mostram a vida, o cotidiano de outros países, ver outros povos e constatar que nada é perfeito.
Nas circunstâncias atuais do nosso país, com tamanha violência, não sei o que eu faria. Se estivesse muito bem... Só indo pra saber...rsrs
Esse texto daria uma conversa para uma noite toda! E quantos exemplos temos...
E quantas histórias nasceriam!!
Beijos, amiga. E um beijo para sua amiga!
OI SUZY!
ResponderExcluirQUE BOM TERES APARECIDO NO "SÓ PRA DIZER".
É, O MUNDO ESTÁ PEQUENO MESMO, GRAÇAS AOS AVANÇOS TECNOLÓGICOS, PODEMOS IR DE UM LADO AO OUTRO DO MUNDO, COM MUITA RAPIDEZ, ENTÃO ESTA QUESTÃO, ESTÁ RESOLVIDA, POR ISTO DIGA PARA A TUA AMIGA QUE ESTÁ INDO, QUE SE ACHAR UM AMERICANO BEM BONITO PODE CASAR, O RESTO RESOLVE DEPOIS...
ABRÇS E BOM FERIADÃO.
zilanicelia.blogspot.com.br/
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