Muitos
ainda não sabem, mas da ginástica rítmica também. E da natação. Do tênis de
mesa, não podemos esquecer. E do vôlei, claro!
Continuamos
a ser o País do Futebol, certamente. Título conquistado com honra ao longo da
história. Mas conquistas em outros
campos, literalmente, trouxeram merecida democracia esportiva a nossa nação. Agora
somos o País do Futebol, vírgula, e uma lista de modalidades capazes de colocar
a bandeira verde-amarela acima de todas, enquanto ecoa nosso hino pelos pans,
mundiais e olimpíadas.
Esperei
muito por esse dia. Nada contra o futebol, apreciado moderadamente por mim. Mas
por que a hegemonia num país tão vasto? Há espaço para todos, deixemos os
craques de outros times brilharem também.
E
eles têm brilhado. Participam atualmente do Pan-Americano de Guadalajara, no
México. O festival de medalhas de ouro, prata e bronze mostra a garra que tem
esta nova geração, e a habilidade não somente com a bola, mas também com o arco
e a fita como demonstrou a Seleção Brasileira de Conjunto da Ginástica Rítmica.
Sou particularmente fascinada por esse misto de balé com arte circense, numa prática desportiva digna
de ser chamada de show da mais alta
qualidade.
Justiça
seja feita aos incomparáveis nadadores
nacionais, que têm garantido aos nossos dias acréscimos sucessivos do
orgulho de sermos brasileiros, tantas as vitórias uma após a outra. E ainda,
sinto-me na obrigação de mencionar o ‘grande’ Hugo Hoyama, mesatenista que
colocou nesta semana o décimo ouro no peito em jogos Pan-Americanos. Podemos ou
não apostar nesta nova geração de atletas?
Eles
são, sim, merecedores de crédito, de patrocínio, do nosso incentivo. Assisti
encantada à abertura dos jogos, mas não foram os incríveis efeitos especiais
que roubaram de vez minha atenção: foi a alegria de nossa delegação, cantando,
rindo, sambando o tempo todo. Transformaram aquele momento numa festa, como é
típico do brasileiro fazer em qualquer situação. A formalidade não combina
conosco enquanto povo. O que, porém, fez toda diferença pra mim é que aquela
era uma festa de jovens saudáveis, livres de entorpecentes ou substâncias
viciantes. Sua alegria era genuína e não uma ilusão promovida pela bebida.
Esses eu paro pra aplaudir, sua performance
é a única realmente capaz de me imobilizar diante da TV – coisa que ‘herói’
nenhum das muitas versões do Big Brother jamais conseguiu fazer.
Para
quem pensa que esse autocontrole é exclusividade de seleção olímpica, informo
que participei como líder, no último fim de semana, das Olimpíadas da ORM
(Organização dos Rapazes e Moças) de minha igreja (A Igreja de Jesus Cristo dosSantos dos Últimos Dias). Falo deles, da minha Juventude da Promessa de outra
crônica. Por maior amor que lhes tenha, não ousaria recomendá-los para a
seleção, considerando seu desempenho... Há que se treinar muito ainda... Mas
quem disse que perderam em alegria e animação? Deram um show de boa vontade ao
participarem das atividades, agindo como gente grande em relação às regras:
palavrão ou discussão em campo era sinônimo de expulsão.
Autocontrole é algo que se aprende na prática,
impulsividade não combina com verdadeiros desportistas. Um jovem que não
consegue administrar as substâncias que ingere ou controlar as palavras que
saem de sua boca, certamente falhará no rigor dos treinamentos e na diligência
que define os campeões – nos campos e na vida.
Como
se não bastasse a postura de verdadeiros atletas e o ânimo comparável ao da
delegação brasileira neste Pan, surpreenderam seus líderes com a criação de
nova modalidade na região: alguém já ouviu falar no esporte olímpico ‘torta na
cara’? Pois é, o ‘esporte’ foi elevado à categoria olímpica, pelo menos aqui em
Gravataí. Engana-se quem pensa que nossos jovens desportistas foram os únicos a
praticá-lo: nós, líderes, fomos intimados a comparecer ao local de provas, para
nossa total e absoluta surpresa! E, modéstia a parte, levantamos o estádio, tão
grande era a torcida... Por nós? Não. Pela torta. Confesso que esse foi meu
melhor retorno à adolescência dos últimos tempos.
E
viva ao País do Futebol, mais democrático do que nunca! Que venham as novas
modalidades, as novas gerações e uma nova consciência: campeão mesmo é quem
administra seus impulsos, gerencia seu próprio corpo, e experimenta a alegria
genuína. Venha ela dos esportes olímpicos ou de uma simples e inesquecível
torta na cara.
Suzy
Rhoden
Gravataí,
18 de outubro de 2011
Todas as categorias devem ser prestigiadas, não apenas o tal do futebol. Esses, ganham horrores e não jogam à altura...
ResponderExcluirE esses rapazes da tua igreja se divertem jogando, brincando e isso faz bem REALMENTE! E sem grana envolvida... beijos,chica
Oi Suzy, pensar que os patrocinadores ainda preferem os jogadores de futebol, masculino é claro, diga-se de passagem, pois até a seleção brasileira de futebol feminino ainda sofre discriminação e conta com pouco apoio dos dirigentes da CBF. Incrível isso!
ResponderExcluirOs atletas de outras modalidades estão dando show mesmo no Pan, algo lindo de se ver! Vejo o esporte como algo tão importante e deveria, em nosso país, ser mais valorizado, uma vez que agrega valores imprescindíveis ao caráter dos jovens.
Beijos
Bom dia!!
ResponderExcluirMuito bom!!
Tenho um amigo que esta entre os atletas do Brasil no Pam- Cesar Almeida do hipismo.
Ele foi o único do esporte que conseguiu a vaga por classificação e ainda foi covardemente colocado na reserva enfim... espero que mesmo tendo este desfalque o Brasil consiga.
Muito bom mesmo parabéns!
Um ótimo dia- espero por vc no Alma!
Oi, Suzy, pegando um pouquinho da Chica e outro da Néia, ainda consigo desenvolver algo. Estas duas falaram muito bem; o tal de futebol da Chica, entendi muito bem. Enquanto pouquíssimos ganham fortunas, outros ganham quase nada.
ResponderExcluirO esporte é algo saudável e que nos ensina muita coisa: garra, disciplina, espírito de equipe, coragem e treinar, treinar.
Realmente temos esportes ótimos, este que gostas, também acho lindo. Mas pena que 90% se fala em futebol, se não for mais. E quanto dinheiro se gasta! Olha o abacaxi que pegamos para a próxima copa e para os outros jogos!
Enquanto isso... Enquanto muitos morrem de fome e doentes, brincamos de 'Brasil'. E com o Brasil.
grande beijo, amiga!
Sinceramente, desculpa a falta de meandros, mas... enquanto a bola rola muitas coisas passam despercebidas.
ResponderExcluirAbraços, minha amiga!!!
Suzi, vim agradecer teus carinhos que sempre fazem muito bem.
ResponderExcluirObrigadão, lindo domingo,chicxa