O que
se pode esperar de uma inesperada folga prolongada? Isso mesmo, folga do sábado
anterior ao Natal até a terça-feira de Ano Novo! Praticamente férias, o que
deixa a mente da gente fervilhando com muitos planos...
Mas não
sou mais uma menininha independente, tenho marido. E o marido também tinha
planos:
- Vamos
viajar!
- Que
ótimo, meu bem, vamos sim!
E lá
fui eu, alegre e sorridente arrumar as malas, rumo ao litoral norte catarinense.
A filharada toda no carro, cachorro, gato, papagaio... Pronto, hora de pegar a
estrada!
No
caminho, puxei assunto com o marido sobre o roteiro de nossa viagem, que não
podia se resumir apenas em praia, e então veio a bomba:
-
Calma, temos que ouvir a opinião dos outros também...
-
Outros? Que outros?!
- Minha
mãe idosa, minha irmã grávida de quase 9 meses, meu irmão recém divorciado e
profundamente deprimido, tendendo ao suicídio de 5 em 5 minutos, que vai levar
os filhos pequenos para se divertirem com os nossos (leia-se: pra eu cuidar
enquanto ele chora e lamenta sua triste sina) e meu irmão caçula viciado em
filmes e jogos virtuais (ou seja, adivinhe o programa da casa nos dias de
veraneio... a detestável TV!!!).
-
Noooossa, que legal... As férias da minha vida! – disse eu, pensando nas trilhas
que não faria... No mar, para o qual eu apenas acenaria, ocupada em não deixar
um dos 5 pequenos ser levado pelas ondas... Nas noites divertiiiidas vendo
sangue sair da tela, pois os Rhoden que conheço não iriam querer assistir Os
Miseráveis comigo, iriam?
Com
toda essa expectativa, não preciso fazer um relato completo de minhas férias.
Mas vou fazê-lo mesmo assim: INESQUECÍVEIS!!! E no sentido mais exato e
positivo da palavra. Explico.
Antes
de tudo, justiça seja feita aos meus cunhados queridos e a minha amada sogra:
eu sabia que iria encontrá-los, por sinal a viagem foi planejada justamente
para celebrarmos Natal e Ano Novo em sua companhia. Mery – que está grávida de
4 meses e não de 9 – foi uma anfitriã maravilhosa, ao lado de seu esposo
Thiago, levando-nos aos melhores pontos turísticos da cidade: devo a esses dois a melhor anchova grelhada da minha vida! Jaime, o mais novo
e cobiçado solteiro da família, foi um
grande parceiro de esportes radicais – aquele nosso vôlei na chuva foi radical,
não foi? – e de muitas conversas também, por sinal, estou orgulhosa de suas sábias decisões e de sua capacidade de contornar problemas aparentemente sem solução. Jonatan, o ex viciado em jogos virtuais, só queria saber de jogar ao
vivo e a cores: foram muitas madrugadas de poker, o jogo favorito desta
temporada.
Quanto
à escolha dos filmes, foi sangrenta em seu sentido mais literal: fomos para o
cinema ver nada mais, nada menos do que Amanhecer – Parte II, o Final!!! Sei
que estamos atrasados, considerando a febre nacional, mas quem se importa com
isso? Eu que, com meus preconceitos, relutava em ver o filme, acabei curtindo
tudo, em especial a companhia. E como não sou crítica de cinema, dispenso-me da
obrigação de analisar a saga Crepúsculo (Ufa, salva pela criatividade
literária!).
Da
sogra tenho uma reclamação: fez o doce preferido de meu esposo, daquela forma
impecável, que invariavelmente gera a
observação: quando você vai fazer uma aulinha de culinária com minha mãe e
aprender o ponto do doce com ela, querida? Podia ter-me deixado passar o verão
sem essa, né sogra...
Quanto
aos meus dia de polvo, com muitos tentáculos para segurar ao mesmo tempo 5
criancinhas curiosas que queriam ir mar adentro, não houve exagero: exatamente assim
foram meus dias de praia!
Ouço
muita gente reclamando dos programas em família, como se fossem o extremo
oposto de qualquer forma de diversão – especialmente se for justo a
família da sogra! Não tenho dúvidas de que a imaturidade somada à visão
pessimista de tudo e de todos acompanha esse pensamento. Quando amadurecemos,
valorizamos mais um “programa de índio” – como nosso churrasco na chuva em
pleno Parque Malwee, quando o tempo mudou repentinamente – do que as aventuras
radicais que ficam bonitas em fotos, mas que nem sempre são tão divertidas
assim. Aprendemos a valorizar as pessoas como elas realmente são, e não como
gostaríamos que elas fossem.
Antes
de questionar as atitudes dos membros da família que eu tinha a minha volta,
pensava no quanto eu poderia ser chata e estranha para eles com minha mania de
leitura – falavam em olhar um filme, e eu sumia agarrada em um livro! A péssima
companhia era eu, sob determinado ponto de vista...
Com
esse pensamento, aproveitei ao máximo cada minuto. Tive dias plenos, ricos de
alegria genuína, que terminaram com um sabor de “ano que vem tem mais!” – tudo isso
sem a necessidade de um esforço supremo, bastou nutrir dentro de mim o estrito
significado da palavra respeito.
Voltei
para casa compreendendo melhor as palavras de L. Tom Perry, quando disse: “Os estudos mostram que o atrativo das
gangues de jovens é a tradição e o ritual de pertencer a algo maior do que eles
mesmos. É isso que deve ser a família. Certifiquem-se de criar um ambiente rico
no qual sua família anseie estar naquelas ocasiões especiais do ano em que as
tradições os unam numa grande família eterna”. Foi assim, senti-me pertencendo
a algo maior do que eu, e nem era minha família imediata: era a família do meu
esposo, para quem finalmente deixei de ser forasteira.
-
Noooossa, que legal... As férias da minha vida! – E não é que foram mesmo! Fui
vencida por minha própria ironia.
Suzy
Rhoden
rssssssssss....No início pensei: Vai ser Booooooooooooooooooooooooooom(bástico) esse veraneio!!rs
ResponderExcluirMas depois, sabendo respeitar e bem conviver, tudo deu certo. Ainda bem.
Quanto ao polvo, eu ficava assim: os nossos 4 e ainda levava 2 sobrinhos.Passava o tempo contando crianças,sr...
Que bom que aproveitaste bem!
beijos,chica
kkkkkkkk Conteúdo pra booooom(bástico) sempre tem, né, minha amiga, especialmente em férias como essas, com todo povo reunido! rsrsrs
ExcluirO segredo é mesmo o respeito, a aceitação do outro com suas características, a capacidade de ver que os estranhos podemos ser nós, em algumas circunstâncias... enfim, vida familiar é isso!
Vida de polvo, né Chica! Mas um dia eles crescem e sentirei saudades de passar o dia contando crianças... ou não! rsrsrs
Me ganhou, hein! Meu verão só teve 5 crianças... mas ano que vem te alcanço, sobrinho a caminho! rsrssrs
Adorei toda a narrativa :)
ResponderExcluirSuas saídas criativas e literárias, baseadas em análise sócio-familiares-culturais, são ótimas.
Eu estou rabiscando um post de má digestão e desaprovação a tantos tons de péssimo gosto de cinza e crepúsculo, inevitavelmente, foi inserido no contexto e citado superficialmente, me estender seria sangrento demais, maior que a saga de crepúsculo, já que a idéia é ser e pertencer a algo maior, por isso o idéia com acento, maior que a reforma ortográfica. Falar exatamente td que acho desses vampiros (os do filme, eles como atores, o marketing e tda vampiragem envolvida), seria de tamanho, consistência e conteúdo Harry Potteanos. Oh God!
Te admiro por ter encarado e ainda ter tirado lição. Sou sua fã :)
Viva a família, viva os conteúdos, vai lá ver meu post sobre isso no sábado.
Beiiiiiiiijos e balançadinha de nariz de Dine é o gênio.
Oi Tina!
ExcluirAceitei seu convite e antes mesmo de responder aqui no blog, já fui lá dar meu palpite em sua página!
De fato, saí pela tangente no assunto "vampiragem", pois perderia o foco principal do texto, que não era o filme... mas fico feliz que você tenha falado tudo que penso lá em sua página: mandou muito bem, Tina!
Quanto a encarar e tirar lição, tem outro jeito?! rsrsrs
Beijos
"Aprendemos a valorizar as pessoas como elas realmente são, e não como gostaríamos que elas fossem".
ResponderExcluirSuzy, nessa frase você resumiu tudo! É bem por aí, aceitar as diferenças é o segredo da boa convivência, principalmente, em família.
Feliz 2013! Muita saúde e paz!
Beijos
Feliz 2013 pra você também, Néia!
ExcluirQue continues a ser essa pessoa serena e cheia de sabedoria que aprendi a admirar imensamente!
Beijos
É verdade FERIAS INESQUECÍVEIS...
ResponderExcluirNada melhor que esquecer a rotina e viver aventuras com toda a familia Rhoden reunida,cada um com suas características.
Foi tão bom que nesse ano merece bis!!!
Saudade de todos...
Beijos Meri e Thiago
Exato, bis neste ano! Com novas trapalhadas, novas "indiadas", e muitas gargalhadas de uma família que, sobretudo, se respeita na individualidade de cada membro.
ExcluirSaudades também, queridos!
Beijos.
Kkkkkkkkk, Que linda as férias da tua vida! Pois as férias da tua vida são as mesmas de quase todos nós! Lembro de umas férias cabeludas que tive! Iam os dois filhos, ainda pequenos, 2 cachorros, tartaruga, marido que levava a biblioteca inteira e que tinha horror de sol.
ResponderExcluirO lugar era o mesmo teu: Florianópolis! Que sol lindo, curtia nosso lombo... e à tarde sempre chovia. Nossa companhia de todas as noites eram os mosquitos, passávamos matando mosquitos, e pela manhã estávamos exaustos e perdíamos a praia. Que lindo era aquilo... aquele contato direto com a 'mosquitelândia', que lindas férias! Só não tinha um suicida (kkk) e mulher grávida! O resto tinha tudo, mas moravam na ilha. Tinha a família inteira pra dar pitacos; tinha até sogra! Era tão chic me enrolar na areia e depois entrar no mar para não morrer de insolação! Lindas aquelas férias, inesquecíveis.
Mas depois de tantos desencontros resolvemos mudar o rumo das coisas: passamos as férias na Serra. Aí, querida amiga, é outra coisa, não dá pra falar mal.
Deliciosa essa crônica, estás cada dia melhor! Mas que ironia camuflada, hein???
Mil beijos, adorei demais!!!
Ironia? Pois é, sou uma boa aprendiz, não é, mestra? rsrsrs
ExcluirDe fato, férias assim ficam na nossa história,rimos ao lembrar delas pelo resto da vida. Quando se tem filho pequeno, a diversão é dobrada... pra eles, né, pois pra nós é uma loucura! rsrsrs
Olha, a melhor parte foi o suicida, um cunhado super gente fina nos 4 minutos restantes... kkkkk No fim das contas, família é tudo de bom, ao lados deles até da mosquitelândia a gente dá conta e não reclama! rsrsrs
Mil beijos pra você também, miga!!!
Oi Suzy,
ResponderExcluirdelícia de férias! Sei bem como funciona porque os parentes do meu marido também moram em outra cidade e embora seja bem longe do mar, é bem parecido.
O que o ser humano procura é calor humano. E quando existe algo "maior que nós" essa energia é contagiante.
beijos para você e um 2013 iluminado e cheio de vida
Leila
Bem assim, né, Leila!
ExcluirAdoro esse tipo de férias, são sempre as melhores, por incrível que pareça!
Beijão, querida, grata por sua visita!
ResponderExcluirOlá Suzy,
Diante de suas primeiras colocações sobre as férias pensei que elas seriam traumatizantes-rsrsrs.
Você parece ser uma pessoa bem adaptável e que preserva muito a convivência em família.
Achei bacana a sua postura diante destas férias, que tinham tudo para ser "inesquecíveis", de maneira negativa, e que você soube transformar numa ocasião especial em família.
Um 2013 de muitas alegrias para você e família.
Beijo.
Vera, você captou muito bem a Suzy por trás do texto: facilmente adaptável, que adora estar em família ou com amigos queridos e divertidos! Penso que somos responsáveis pelas experiências que vivemos, podemos fazê-las positivas ou negativas: eu escolho transformar tudo em algo que valeu a pena!!!
ExcluirObrigada por ter vindo, que 2013 seja encantador pra você!
Foi surpreendida pelas férias! Muitas vezes achamos que não vai ser tão bom. Mas não é que às vezes conseguimos apostar errado? E olha, com tantas circunstâncias como as que você disse, eu também balançaria a cabeça e diria... Não. Não é possível...
ResponderExcluirMuito bom seu texto, Suzy. Caprichando sim na ironia, essa que estamos sempre a aprimorar com a ajudinha da Tais. rsrs
Abraço!
Nós, irônicos?! Capaz! rsrsrs
ExcluirAdoro situações surpreendentes, Luís Fellipe! Acredito que são testes para nossa reação e que, se quisermos, podemos sempre ser positivos. O resultado estará de acordo com nossa disposição de "fazer ser"!
Meu carinho por ti, e um abraço!