Obter o conhecimento de que
existe um Deus e de que, além do Ser Supremo, Ele é de fato um Pai e um amigo
foi essencial para mim, mudou os rumos da minha vida. Falo aqui sobre
conversão. Mas engana-se quem imagina uma mudança drástica da noite para o dia,
não foi assim. E, de acordo com minha concepção do que significa a conversão,
não poderia ser dessa forma: a conversão é um processo.
Existe, sim, a experiência
espiritual desencadeadora. Mas afirmar que houve vida nova a partir de então é
algo que somente o tempo – significando os frutos observados ao longo desse
tempo – dirá. E terá que ser, obrigatoriamente, mudança positiva que converge
para o que é bom e mais elevado, em termos de sentimentos e atitudes. Parar de
fazer algo, em função da punição talvez, não é indicativo de mudança real. As
obras diárias, inclusive aquelas feitas em segredo, é que confirmarão a escolha
de um novo estilo de vida, ou não.
Da mesma forma, não associo o
fanático ao convertido. Esse é um erro comum, por sinal: a pessoa converter-se
a uma religião e pensar que todos devem aceitá-la pela imposição. Nesta semana,
uma amiga reclamava disso: não suportava mais os ataques de outra, fanática,
que impunha suas verdades de maneira ofensiva. Passei por isso e sei o quanto é
desagradável, não é certamente o método do Senhor, pois nem Ele age dessa maneira
conosco: enviou-nos o filho Jesus Cristo para convidar-nos a segui-Lo. Um
evangelho nos foi ensinado, bem como as conseqüências da desobediência a essa
lei divina. Mas a escolha é nossa, e será respeitada – lembrando que cada
escolha traz atrelada a si uma conseqüência, um resultado. O livre arbítrio é,
portanto, um dom precioso e nos foi dado por Deus. Quem não compreende isso,
não experimentou integralmente um processo de conversão.
Tenho esses pontos como
premissa básica. Respeitar o livre arbítrio alheio, contudo, não me impede de
ter minhas próprias convicções e meus padrões firmemente estabelecidos. Preciso
que eles sejam respeitados também! Mas quanta pressão sofre uma pessoa que ousa
acreditar em Deus e ajustar sua vida aos padrões estabelecidos por Ele ao invés
de andar segundo os caprichos do mundo! Sei bem disso, fiz minha opção
religiosa justamente quando cursava uma faculdade e circulava no meio
acadêmico. Para muitos mestres, a crença na deidade vinha junto com um atestado
de ignorância. A seu ver, era um retrocesso. Nunca me deixei intimidar por essas
opiniões. Não me sentia ignorante, muito pelo contrário: sentia-me em plena
expansão de conhecimentos, que não se limitavam a este universo. Eu começava a
conhecer também os mistérios da criação, os propósitos desta vida, os mistérios
do depois... Intrigava-me justamente como pessoas tão cheias de títulos
conheciam tão pouco de sua própria existência espiritual!
Compreendi logo depois de minha
primeira experiência que não bastava saber da existência de Deus: era preciso
comprometer-me com o plano que Ele tinha para mim – e certamente há um para
cada pessoa. Não falo de um destino já escrito. Mas de um motivo muito especial
pelo qual estamos aqui, já que definitivamente não viemos a passeio. Compreendi
que não bastava uma vivência correta, mas que eu precisava de uma religião onde
fundamentar minha fé. Meu modelo era o Salvador Jesus Cristo e sendo que Ele
próprio, embora perfeito, submeteu-se ao batismo e outras ordenanças, entendi
que deveria eu também realizá-las.
A escolha de uma religião é
coisa sagrada. Não se trata de uma roupa que posso comprar e, se descobrir logo
depois que não gostei do modelo, esquecer no closet ou ignorar. Eu sabia que
deveria escolher e ‘vestir a camiseta’. Sempre me incomodou a ideia de
professar uma crença que não fosse verdadeira, ou de citar uma religião como
minha se eu de fato não estivesse comprometida com seus princípios. A
comodidade nesse aspecto não me servia, e ainda penso que não será aceitável no
grande e último dia como justificativa para uma vida de apatia espiritual...
Mas cada um que cuide de si mesmo nesse quesito!
Tratei de buscar o caminho que
fosse de todos o mais excelente. Como alcançar essa certeza? Ora, eu já
conhecia o segredo! Sabia que poderia ir diretamente à fonte da verdade e obter
dos céus uma resposta. Sabia que não precisava confiar em opiniões divergentes
ou filosofias de homens, mas que poderia escolher conscientemente segundo a
resposta que recebesse de meu Pai Celestial. Em Tiago 1:5, na Bíblia, eu tinha
a promessa de que, havendo em mim falta de sabedoria, deveria pedir a Deus, e
Sua resposta me seria dada. Não duvidei, perguntei.
Embora muitos proclamem que não
importa o caminho, sinto em meu coração que nos enganamos quando nos agarramos
a essa idéia. Ela é cômoda, conveniente. Pois posso adequar o caminho as minhas
expectativas. Ouvi, certa vez, de um jovem, que ele gostava da idéia de ter uma
religião, mas que não aceitava pagar por um pacote inteiro de mandamentos. Ele
queria crer em Jesus Cristo e seguir somente alguns pontos de Seu evangelho.
Fiquei imaginando se ele tinha essa mesma idéia a respeito das regras de
trânsito...
Obedecer somente ao que convém
no momento parece interessante, mas nos conduzirá ao aperfeiçoamento necessário para o próximo
estágio de vida? Por isso pondero muito a respeito do caminho. Procuro o que me
aproxime ao máximo de meu Salvador Jesus Cristo, pois uma passagem bíblica
reproduz as palavras do próprio Senhor, declarando: “Eu sou o caminho, e a
verdade e a vida. Ninguém vem ao Pai, senão por mim”(João 14:6). Ele, portanto,
é o caminho. Seu exemplo de vida é seguramente o mais acertado para se
escolher. Qualquer coisa que fuja disso, em minha opinião, é um atalho e pode
não me levar de volta ao meu lar eterno.
Minha resposta à procura de
uma religião foi clara e indescritível. Não tentarei reproduzi-la aqui. Basta
dizer que no dia 30 de outubro de 1999 filiei-me à Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias tendo absoluta certeza de minha escolha. Sou membro
fiel e ativo dessa igreja – o que é o oposto de fanático – desde então.
Casei-me dentro desse evangelho com um homem que compartilha da mesma fé, e
seguimos juntos, olhando na mesma direção: a eternidade. Recebemos filhos
amados em nossa união, que estão sendo criados na nossa fé, mas que terão sua
oportunidade de orar e receber um testemunho pessoal, fazendo por si mesmos a
escolha do caminho pelo qual desejarão seguir. Acreditamos que a linda
família que construímos aqui perdurará
além desta vida, devido aos convênios que temos com o Senhor, e que teremos a
oportunidade de continuarmos juntos por toda eternidade. Cremos firmemente
nisso, vivemos por esse maravilhoso conhecimento!
Mas antes de qualquer outra
coisa, cremos em Jesus Cristo como o salvador deste mundo. Eu, particularmente,
sei que Ele veio a esta terra com a missão de nos resgatar do pecado, para que
possamos ser dignos de habitar na presença Sua e do Pai Eterno depois desta
jornada terrena. Sei que por meio de Seu sacrifício supremo podemos vencer
nossos erros, nossas dores, nossas angústias e nossas imperfeições e alcançar esperança na vida eterna. Eu
obtive essa esperança, e vivo para torná-la real. Em minha escolha, não me
sinto privada de nada que seja realmente importante, uma vez que tenho vida
pessoal, social, familiar e profissional. Contudo, tenho sérios princípios
morais, e ando rigorosamente de acordo com eles. São como as leis de trânsito
para mim: não existem para me limitar ou restringir, mas para garantir meu
retorno seguro ao lar celestial. Sigo firme e convicta nesse caminho,
comprometida com ele integralmente. Sei exatamente de onde vim, porque estou
aqui e para onde vou. E quando sinto me faltar a sabedoria – quando as
perguntas retornam! – não hesito: dobro meus joelhos e humildemente pergunto
àquele que tudo sabe: meu Pai Celestial e meu Criador!
Suzy Rhoden
Que coisa linda acompanhar essa trajetória, nem sempre fácil...Foi trabalhosa, profunda e observada passo a passo. Mas o bom é teve um final feliz...
ResponderExcluirAchado o lugar, encontrado nessa escolha o amor , veio o casamento, filhos e assim, a família baseada nessa fé, crença vai seguindo o caminho.
Lindas fotos!! beijos,tudo de bom,chica
Oi, Suzy:
ResponderExcluirMuito bonito e convincente o relato de tua fé, da tua busca e do teu encontro.
E que linda família!
Porém, penso também em outras pessoas - que não é a Suzy -, com outras crenças, e que também devem pensar assim, que a sua religião é a verdadeira, o único caminho. Sabes que é assim. Mas penso que devem ser felizes e com a mesma convicção da verdade, pois já vi muitas manifestações em outras crenças. Elas acreditam na sua religião, na sua fé e no seu Deus, que no fundo deve ser o mesmo. Pelo menos todos procuram isso.
Também existem pessoas sem religião e que dizem que a 'comunicação' é direta. Já deves ter ouvido isso, não? Acho que também é válido, é assim que manifestam sua fé. É assim que são felizes e é desta maneira que se encontraram. Sou defensora da liberdade de escolha; olho mais para um indivíduo que se sinta feliz dentro de sua opção. Que viva para o bem, que seja íntegro.
O que seria do nosso planeta - com 7 bilhões de pessoas se houvesse apenas 1 caminho? A verdade pode ser uma, mas os caminhos...vários.
Desculpe, amiga, é apenas a minha maneira de pensar.
Por isso que digo que o caminho pouco importa, quando eleva, quando aproxima, quando traz a felicidade a uma vida, para muitos, tão sofrida.
Meu carinho
Tais Luso
Boa tarde Suzy!
ResponderExcluirAcompanhei sua narrativa pessoal,desde a primeira parte.
É uma história bonita...
Que bom que fez uma opção,é uma seguidora fiel e convicta e principalmente,é comprometida com o plano que ELE tem pra sua vida.
Respeito muito todas as religiões, pois cada um tem livre arbítrio para seguir o que julgar melhor pra si.
É magnífico saber que você é feliz na sua religião.
Ao exprimir,que quando as perguntas retornam,você não hesita e dobra seus joelhos e pergunta áquele que tudo sabe;você encerrou seu relato com chave de ouro!
Bjs!
Suzy, confesso que evito falar sobre religião nos meus posts, tenho sempre o receio de não saber me expressar adequadamente e acabar ofendendo alguém. Estou dizendo isso porque achei, simplesmente, linda a forma como você relatou a sua conversão, respeitosamente, sem desmerecer qualquer igreja. E também você lembrou muito bem que algumas pessoas preferem não vestir a camisa, pois querem usufruir apenas o que lhe é conveniente e agradável.
ResponderExcluirFico feliz por você sentir a presença de Deus de maneira tão intensa, isso é o que todos almejam, pelo menos os que se dizem cristãos.
Bom fim de semana, beijos.
Muito obrigado pelo carinho por lá e a força que precisamos tanto! beijos,chica
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